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Finalmente Viviane Forrester diz-nos:
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Todos começam a compreender que a salvação não está numa corrida atrás de um modelo esgotado que mantem a submissão, num passado sem fim prometido como futuro, à custa dum presente sacrificado, mas, pelo contrário, num presente assumido, capaz de rejeitar uma política que celebra a Declaração dos Direitos do Homem, mas a considera prejudicial à modernidade.
Resistir é, em primeiro lugar, recusar. A urgência reside hoje em dia nessa recusa que nada tem de negativo, que é um acto indispensável, vital. A prioridade é recusar o horror económico, sair da armadilha e, a partir daí, avançar.
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A urgência não está na resolução imediata de problemas falseados, mas no acto de pôr imediatamente os verdadeiros problemas e de se opor àquilo que os suscita sem ainda ter decidido o que sucederá àquilo que se descarta. A "solução" não reside na proposta de outro modelo, de um kit de substituição, na promessa de uma sociedade completamente nova, completamente limpa, garantida chaves-na-mão; sabe-se hoje o que valem os modelos...
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Tambem não reside numa receita, num modelo de emprego que certifique o êxito dessa posição, mas nos riscos assumidos a recusar o inadmissível. Exigir promessas antes de resistir é resistir à própria ideia de resistência e fazer o jogo dos poderes instalados. Conhecemos as mil e uma soluções propostas todos os dias, todas as semanas, todos os meses, com os resultados que se sabe. E as que correspondem a problemas fabricados ou falseados em função da resposta que lhe for dada.
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Não são as respostas às questões sugeridas ou impostas pelo sistema a propósito do sistema que têm que ser descobertas sem demora, mas, pelo contrário, a armadilha que representam; os postolados e diktats a partir dos quais são formuladas, legitimando antecipadamente o que é controverso, já terão feito figura de respostas.
Qualquer resistência passa em primeiro lugar pela identificação e pela rejeição desse circulo vicioso. Visto do interior, nada é possível fora dos seus pontos de vista monomaníacos, obsessivos, que as suas propagandas difundem.
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Espero que tenham gostado destes aperitivos sobre este pequeno grande livro.
Bom apetite!
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